ENTREVISTA: JOE ESPOSITO

ENTREVISTA COM

JOE ESPOSITO

 

 

Joe Esposito conheceu Elvis Presley em 1958 no Exército e começou a trabalhar para ele logo depois que ambos foram dispensados ​​do serviço em 1960, até o dia em que ele morreu dezessete anos depois. Joe era o braço direito de Elvis Presley e chefe da Máfia de Memphis.

Larry King: Como você conheceu Elvis?

Joe Esposito: Eu o conheci na Alemanha. Eu estava no Exército com ele.

Larry King: Você não o conheceu em Fort Hood?

Joe Esposito: Não. Ouvia falar dele mas não o tinha conhecido pessoalmente ainda.

Larry King: Ele era o soldado mais famoso do Exército, certo?

Joe Esposito: Com certeza.

Larry King: Como vocês se conheceram na Alemanha?

Joe Esposito: Bem, um dos fotógrafos da base foi informado de que poderia tirar fotos dele para promover o Exército. Um amigo meu ao chegar o final de semana me disse: 'Escuta Joe, jogamos futebol nos fim de semana com Elvis e os rapazes. Só que precisamos de mais jogadores, você quer jogar?' E foi assim que tudo começou. Eu fui na casa desse meu amigo e ele me levou lá. Chegando lá ele aproximou-se de Elvis e nos apresentamos.

 

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Larry King: Se deram bem logo no início?

Joe Esposito: Sim. Havia algo que eu gostava nele e, aparentemente, ele gostava de mim também.

Larry King: Durante sua carreira no show business, você passou um tempo com ele.

Joe Esposito: Antes de deixarmos o Exército, ele perguntou o que eu ia fazer quando saísse. Falei que ia trabalhar em um escritório em Chicago. Ele disse, por que você não vem trabalhar para mim? E eu disse, claro, por quê não. E foi assim que minha carreira começou com Elvis.

Larry King: Na Alemanha, como eram aqueles jogos de futebol?

Joe Esposito: Muito bom; ficava bem ao lado da casa que ele havia alugado fora da base. Era um campo pequeno. Não era um campo de futebol. Eramos um bando de caras tentando se divertir muito.

Larry King: Ele era um soldado regular? Quero dizer, ele levantava às 5h da manhã?

Joe Esposito: Ele dava muito mais duro do que eu.

Larry King: Sério?

Joe Esposito: Eu trabalhava no escritório. Ele ficava lá fora, na lama, como todo mundo. Ele trabalhava como qualquer outro pracinha e queria que  fosse assim, pra depois não haver o comentário: 'ah, ele se diverte muito no serviço'. Ele realmente trabalhou duro.

Larry King: Como já disse a outras pessoas, nunca ouvi uma palavra ruim sobre ele.

Joe Esposito: Isso é verdade. Pessoas que o conheceram, nunca dirão uma palavra ruim sobre ele. Somente pessoas que não o conheceram.

Larry King: Eu gostaria de saber o que havia nele. Ele era um cara normal, certo?

Joe Esposito: Sim, muito.

Larry King: Você estava lá quando ele conheceu Priscilla?

Joe Esposito: Sim, estava.

Larry King: Onde foi?

Joe Esposito: Foi na Alemanha.

Larry King: Ela era filha de...

Joe Esposito: Ela era filha de um capitão da Força Aérea e eles estavam estacionados em Wiesbaden, Alemanha...

Larry King: Ela tinha apenas 14 anos, certo?

Joe Esposito: Sim. Nós não sabíamos disso na época. Ela parecia ter 16 anos.

Larry King: Ela parecia um pouco mais velha?

Joe Esposito: Sim.

 

Larry King: Qual foi a ocasião desse encontro?

Joe Esposito: Bem, tínhamos um amigo na Força Aérea e foi ele que trouxe Priscilla para conhecer Elvis, e ela também o queria conhecer. Ela passou pela porta e estávamos todos lá, um bando de caras e outras mulheres também. E ela foi entrando, uma linda garotinha num vestidinho da Marinha. Nunca esquecerei aquele dia quando ela entrou. Elvis se aproximou dela imediatamente, se apresentou e eles começaram a conversar. E esse foi o começo.

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Larry King: Quando ele descobriu a idade dela?

Joe Esposito: Acho que naquela noite mesmo.

Larry King: Quando ele soube não o assustou?

Joe Esposito: Bem, você sabe, porque...

Larry King: Ele tinha 24 anos?

Joe Esposito: Sim, ele tinha 24 anos na época. Você sabe, não estava acontecendo nada no momento entre eles. Eles eram amigos, apenas se conhecendo e conversando. Mas isso nunca o assustou e nem a mim...

Larry King: E quanto aos pais dela?

Joe Esposito: Bem, acho que isso os assustou um pouco, principalmente o pai. Ele era um bom homem, um militar da Força Aérea.

Larry King: Você gostou da Priscilla?

Joe Esposito: Sim, muito.

Larry King: Ele mandou chamá-la depois que voltou da Alemanha?

Joe Esposito: Sim, quando ele voltou da Alemanha, ele manteve contato, ligava sempre para ela. Por volta de 1962 ela veio fazer uma visita. Ele prometeu ao pai dela que a levaria para passear por Hollywood, e conhecer outros lugares. Eu estava lá no dia em que ela chegou. Eu a peguei no aeroporto e levei-a para casa. Ela estava muito animada, sabe, era a primeira vez dela em Hollywood, especialmente com uma grande estrela como Elvis.

 

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Larry King: Qual era o seu trabalho?

Joe Esposito: Meu trabalho?

Larry King: Com Elvis?

Joe Esposito: Nos primeiros anos, nos anos do cinema, eu era seu braço direito. Eu costumava revisar o roteiro com ele durante a maquiagem e fazer...

Larry King: Você lia a outra parte para ele?

Joe Esposito: Correto. Então, muitas vezes, eu fazia questão que ele se levantasse de manhã cedo para ir ao estúdio.

Larry King: Era seu assistente.

Joe Esposito: Exatamente; sua mão direita.

Larry King: Quando vocês voltaram da Alemanha, ele começou a ter compromissos. Onde foi o primeiro deles?

Joe Esposito: A primeira coisa que fizemos, foi participar do especial de TV de Frank Sinatra em Miami Beach. Foi muito emocionante. Quer dizer, Elvis estava muito nervoso, como você pode ver nas filmagens.

Larry King: Ele parecia ótimo...

Joe Esposito: ...bem, estando no Exército você fica em boa forma.

Larry King: Ele cantou as canções de Frank e Frank cantou suas canções. Frank cantou 'Love Me Tender'.

Joe Esposito: Isso mesmo. Está certo. Eu estava muito animado porque este foi meu primeiro grande...

Larry King: Elvis cantou 'Witchcraft'.

Joe Esposito: Isso mesmo. Você está certo.

Larry King: Eu estava em Miami.

Joe Esposito: Você estava lá na época? Foi emocionante. Tivemos um grande momento. Ele adorava fazer isso. Houve um tempo em que Frank, no início da carreira de Elvis, disse algumas coisas ruins sobre ele.

 

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Frank Sinatra, Elvis Presley, Joe Esposito e Vernon Presley em segundo plano

 

Larry King: Frank gostava muito dele.

Joe Esposito: Oh sim.

Larry King: E gostava da música dele também.

Joe Esposito: Com certeza. Definitivamente.

John Mackie: Ele ficou frustrado em fazer filmes por tanto tempo e não ter tempo para fazer shows ao vivo?

Joe Esposito: Praticamente. Além disso, ele se cansou de fazer os mesmos filmes antigos repetidamente em diferentes locais, com diferentes garotas e diferentes animais.

Quando saiu do Exército, ele já tinha contratos para três filmes por ano em diferentes estúdios. As únicas apresentações ao vivo antes de voltar para a estrada em 69, foram alguns eventos de caridade.

Ele fez um em Memphis. Então, em 69, quando o Coronel fez um acordo com o Hotel International para começar a fazer shows lá, foi o que trouxe tudo de volta. Era o que Elvis gostava de fazer mais do que qualquer coisa, apresentar-se no palco diante de um público ao vivo.

Larry King: Como você conseguiu o nome 'Diamond Joe'?

Joe Esposito: Bem, houve um artigo que chegou aos jornais de Chicago uma vez. Havia um cara chamado Diamond Joe Esposito em Chicago. Ele era um cara da máfia. Era um artigo sobre o maior funeral da máfia da história de Chicago, e era para este senhor. Ele era um sindicalista. Eu costumava usar anéis de diamante algumas vezes. Então eles disseram, ei, você é Diamond Joe.

Larry King: Elvis chegou a chamar você de Diamond Joe?

Joe Esposito: Sim, um pouco, por um tempo. Mas depois de um tempo, parei de usar diamantes.

 

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Elvis Presley e Joe Esposito durante as filmagens de Flaming Star

 

Larry King: Ele teve alguns relacionamentos com pessoas famosas como por exemplo Ann Margaret. A Ann até admitiu isso. Ela estava apaixonada por ele. Ele a amava?

Joe Esposito: Sim, eles tiveram um caso de amor muito forte, durante cerca de um ano e meio. Eles eram muito parecidos, os dois. Se divirtiam muito. Mas não teria funcionado. Ele não queria uma esposa do show business, ele queria uma esposa em casa cuidando dos filhos.

Larry King: Você quer dizer que eles poderiam ter se casado se ela dissesse que desistiria da carreira dela?

Joe Esposito: Nunca pensei nisso, mas talvez. Quem sabe? Nunca saberemos.

Larry King: Como foi o encontro com os Beatles?

Joe Esposito: Conhecer os Beatles foi ótimo. Era 1965.

Larry King: Eles demoraram a dar início as conversas?

Joe Esposito: Quando os Beatles entraram na casa Elvis se apresentou a todos eles. Estávamos todos sentados conversando. John Lennon e Paul McCartney estavam sentados, Ringo Starr estava em pé e George Harrison estava um pouco afastado. Eles simplesmente não disseram nada. Eles ficavam se olhanndo enter si. Elvis ficava olhando em volta. Ele não sabia o que dizer. Então ele disse: 'Acho melhor ir dormir porque não vamos conversar'. Então Elvis se levantou e eles disseram... 'não, não, não'. Eles não sabiam o que dizer.

Larry King: Eles queriam saber sobre guitarra, certo?

Joe Esposito: Sim, e Elvis falou sobre comprar algumas guitarras. Eles se sentaram e tocaram violão. Eles tocaram algumas músicas antigas dos anos 50.

Larry King: Bem, eles me disseram que o admiravam.

Joe Esposito: Conheci grandes estrelas que não sabiaa o que dizer quando estavam fernte a frente com Elvis. Acontecia.

Elvis amava a música deles. Ele gravou três de suas canções. Ele os achavam ótimos compositores.

 

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Elvis Presley encontra os Beatles em 27 de agosto de 1965
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Larry King: Ele tinha alguma música dele favorita?

Joe Esposito: Não. Diferentes em momentos diferentes.

Larry King: Ele amava 'In The Ghetto'.

Joe Esposito: Oh, sim.

Larry King: Onde foi o casamento?

Joe Esposito: O casamento foi em Las Vegas, no Hotel Aladdin.

Larry King: Como foi o casamento?

Joe Esposito: Foi ótimo. Fiquei muito honrado em ser um dos co-padrinhos de seu casamento. Tentamos esconder isso da imprensa.

Larry King: Você conseguiram?

Joe Esposito: Nós nos saímos muito bem. Rona Barrett estava em Palm Springs. Fomos todos para Palm Springs para tentar enganar os curiosos. Naquela noite pegamos o avião de Sinatra, voamos para Las Vegas, chegaando lá fomos para a Prefeitura de Las Vegas, tirar a licença. De lá seguimos direto para o Hotel Aladdin e naquela manhã, a imprensa ainda estava em Palm Springs.

Larry King: Palm Springs. Rapaz, isso foi bem sincronizado. Frank ajudou.

Joe Esposito: Frank ajudou sim. Muito mesmo. Os proprietários do Hotel Aladdin eram amigos do Coronel, então eles mantiveram tudo em segredo. Estava tudo organizado por lá.

Larry King: Foi um casamento feliz por algum tempo?

Joe Esposito: Acho que sim. Sim. Muito mesmo.

Larry King: A idade, a juventude dela tornaram isso um problema?

Joe Esposito: Bem, acho que a idade não era um problema.

Larry King: Ele tinha muitos amigos homens.

Joe Esposito: Oh, sim. Ele amava seus amigos. Ele não tinha muitos amigos quando era criança. Ele era o garoto tímido. Ele tinha poucos amigos.

Larry King: Sério mesmo, no Mississippi?

Joe Esposito: Sim, no Mississippi. Até em Memphis, no colégio.

Larry King: Você era um cara da Máfia de Memphis?

Joe Esposito: Sim, eu era.

Larry King: Eles consideravam você assim. Mesmo não sendo de Memphis e nem do sul?

Joe Esposito: Sim. Eu era o único ianque do grupo.

Larry King: Ele chegou a lhe explicar as traições dele?

Joe Esposito: Não, ele não explicou. O problema é que todos nós também fizemos isso.

 

Larry King: Você também traiu sua esposa?

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Joe Esposito: Sim. Também me divorciei, mais ou menos na mesma época que ele.

Larry King: Por que Priscilla tolerou isso?

Joe Esposito: Todos nós achávamos que ela sabia o que estava acontecendo, mas ela nunca admitiu ou não percebeu. Ela aguentou por muito tempo mas chegou um momento que ela não aguentou mais. Foi por isso que eles se divorciaram.

Larry King: A filha nasceu logo após o casamento?

Joe Esposito: Nove meses depois!

Larry King: Que tipo de pai ele era?

Joe Esposito: Ele era um bom pai. Elvis sempre amou crianças e animais. Quando eu tinha minhas duas meninas, Debby e Cindy, ele costumava brincar com elas o tempo todo. E então, quando ele teve Lisa, ele foi um pai amoroso. Ele simplesmente adorava mimar sua filha.

Larry King: Onde ele passava as férias?

Joe Esposito: Havaí, na maioria das vezes. Aspen algumas vezes. Mas o Havaí era seu lugar favorito. Ele relaxava quando chegava lá. Nas suas últimas férias ele foi muito legal. Jogamos muito futebol na praia. Ele estava um pouco acima do peso, mas estava muito bem.

Larry King: As pessoas que trabalhavam com ele, a banda, os cantores de apoio, estavam sempre com ele?

Joe Esposito: Praticamente.

Larry King: As pessoas ficaram com ele por muito tempo.

Joe Esposito: Oh, sim. Todos eles. Praticamente todos os caras da banda e as Sweet Inspiration como também JD Sumner's dos Stamps Quartet.

John Mackie: Então, com quem além de Priscilla Elvis realmente ficou por um bom tempo?

Joe Esposito: Linda Thompson, a última mulher com quem ele namorou por muito, muito tempo, foram cinco anos. Ele teve um grande caso com Ann Margaret, eles eram muito próximos. Sempre foi, mesmo até ele falecer. Teve muitas outras... Sheila Ryan, Caan, Barbara Lee. Ele era muito próximo de muitas mulheres. E nenhuma delas o odiava pelo que ele fazia, tendo esses encontros e saindo com outras garotas. Mesmo assim elas ainda o amavam.

Ele gostou muito de Ginger Aldren, mas a mãe dela praticamente a controlava e queria estar perto de Elvis o tempo todo. Eu não acho que ele iria se casar com ela. Ele pode ter dito a ela que queria se casar e coisas assim, para que ela ficasse por perto, mas depois de um tempo ele começava a namorar outras mulheres. Eu não acho que ele iria se casar com ela.

Larry King: Como ele lidava com o dinheiro?

Joe Esposito: Terrível. Terrível...

 

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Larry King: Ele comprava muitos carros?

Joe Esposito: Sim, muitos. Ele comprou um rancho uma vez daí ele acabou comprando 34 picapes porque se considerava um fazendeiro. Certa vez, estávamos comprando alguns Cadillacs na concessionária de Cadillac em Memphis. Estávamos dentro da concessionária e Elvis olha para fora e havia uma senhora negra idosa olhando pela janela para um Coupe de Ville amarelo de duas portas.

Elvis a viu, e ela estava olhando para ele e continuou olhando. Ele saiu e começou a falar com ela. Ele disse pra senhora: 'Você gostou daquele carro, hein?' E ela respondeu: 'Oh, sim, sim, aquele carro é lindo'.

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Ele perguntou: 'A Sra. gostaria de ter um desses?' 'Oh, eu nunca poderia pagar um daqueles carros'. Ele disse: 'Só um minuto'.

Ele voltou para dentro da concessionária, foi até o gerente de vendas e disse: 'Dê-me as chaves daquele carro'. O gerente lhe entregou as chaves do carro, ele foi até a senhora e disse: 'Senhora, o carro é seu'. Ela simplesmente não conseguia acreditar que Elvis tinha acabado de lhe dar aquele carro. Ela ficou simplesmente maravilhada. Não conseguia acreditar. Ele disse: 'É seu, aproveite'.

Esse é o tipo de cara que ele era. Ele gostava de dar às pessoas coisas que sabia que elas não podiam pagar sozinhas.

John Mackie: Ele nunca se esqueceu de ter sido pobre.

Joe Esposito: Não.

Larry King: Ele deu uma limusine para um motorista de limusine. Ele lhe deu uma limusine?!.

Joe Esposito: Ele era assim mesmo. Estávamos em Denver, Colorado uma vez. Compramos alguns carros em Denver. Um disc-jóquei soube disso e no dia seguinte disse: Elvis, se você ainda estiver por aí, gostaria de ter um carro novo também. Elvis disse para ele ir buscar o carro. Elvis deu a ele um Cadillac Seville novo em folha no dia seguinte.

Larry King: Como ele pagava isso? Eles cobravam dele?

Joe Esposito: Claro que sim, se tratava de um carro. Eu preenchia os cheques. Eu andava com os talões de cheques.

Larry King: E ele nunca quebrou, certo?

Joe Esposito: Não que eu saiba.

Larry King: Ele sempre tinha uma fonte de ganhar dinheiro.

Joe Esposito: Sempre. O pai dele sempre reclamava com ele sobre esses gastos, mas ele dizia: : 'Pai, não se preocupe com isso. Se precisarmos de mais dinheiro, vou ganhar mais'. E esse era o seu raciocínio.

Larry King: O relacionamento com os pais. Vamos falar primeiro sobre a mãe.

Joe Esposito: Bem, ele era muito próximo de sua mãe. Quando ele nasceu e seu irmão gêmeo nasceu natimorto, sua mãe realmente pairou sobre ele, muito mesmo, porque ela sabia que não podia ter mais filhos. Então ela mais que cuidou dele não o deixando nem sair para brincar.

Larry King: Ela morreu com que idade?

Joe Esposito: Quarenta e seis. Problema de fígado.

Larry King: Como ele reagiu a isso?

Joe Esposito: Horrível. Ele estava no Exército na época. Acho que isso o destruiu por muito tempo. Você vê fotos dele. Elvis era muito...

Larry King: Emocional?

Joe Esposito: Ele era uma pessoa muito emotiva. Ele ficou arrasado. Na verdade, ele quase não falou sobre ela depois que ela faleceu.

 

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Larry King: E o relacionamento com o pai, como era?

Joe Esposito: Bom. Bom. Ele amava o pai. Mas ele era mais próximo de sua mãe.

Larry King: E Graceland.

Joe Esposito: Ele sempre me disse que comprou Graceland para a mãe. Isso foi muito importante para ele. É um lindo lugar. Um lugar legal. Ele adorava estar lá.

Larry King: Ela já estava construída quando ele a comprou, certo?

Joe Esposito: Sim, já estava construída. Era sua casa. Era para onde ele gostava de ir.

Larry King: Existem muitas histórias de Elvis. Ele comprou um chimpanzé?.

Joe Esposito: Sim, ele tinha um chimpanzé. Elvis amava animais. Havia um pequeno chimpanzé que um cara da TV da estação de Memphis tinha no programa. Disseram a Elvis que o cara queria vender o pequeno chimpanzé. Então Elvis o trouxe para casa e se apaixonou por ele. Seu nome era Scatter.

Larry King: O que Elvis fez com ele? Ele apenas o manteve em casa?

Joe Esposito: Ficava pela casa, sim. Nós tínhamos uma gaiola para ele, mas Scatter simplesmente não estava acostumado a ser engaiolado e, quando ficava solto, perturbava às garotas. Ele atacava as empregadas dos hotéis. Por mais aterrorizante que Scatter fosse, ele também era capaz de se comportar como um cavalheiro. Alan Fortes adorava levá-lo para um passeio no Rolls Royce e comprar para ele terninhos e tentar ensiná-lo a dirigir.

Depois que Scatter mordeu vários membros da Máfia de Memphis e ninguém conseguiu colocá-lo de volta em sua jaula, Elvis decidiu ficar cara a cara com o chimpanzé. Elvis olhou Scatter nos olhos e tentando manter uma expressão séria, gritou: 'Seu cabeça de coco é melhor você entrar na sua gaiola... é melhor você não morder mais ninguém que ouviu?' Com as mãos dobradas Scatter desceu lentamente as escadas, foi até o porão e entrou em sua jaula. Elvis caiu no chão de tanto rir...

Com cerca de um metro e vinte de altura, Scatter amava as garotas. Alan ensinou Scatter a procurar os vestidos das meninas.

Na primeira noite, Pat Parry era uma convidada e ela não sabia sobre Scatter. Seus braços acenando e gritando tentando olhar por baixo do vestido dela. Ela disse a ele para parar. Mas Scatter estava determinado a conseguir o que queria com Pat. Ela disse a Scatter 'Faça isso mais uma vez e eu vou te dar uma surra'. Bem, naturalmente Scatter fez de novo. E Pat se ajoelhou e acertou o chimpanzé sob o queixo.

Scatter deu um salto para trás e caiu no sofá, atordoado. Ele olhou incrédulo e acabou com um galo na cabeça do tamanho de uma bola de golfe.

Larry King: Ele tinha cães e gatos?

Joe Esposito: Cães, gatos, patos, galinhas, cavalos, tudo. Ele amava os animais.

Larry King: E sobre o beijo de Don Ho?

Joe Esposito: Estávamos vendo o show do Don. Don fazia esse truque com muitas pessoas.

Larry King: Don Ho é o Havaiano.

Joe Esposito: Isso mesmo. Ele estava se apresentando no palco do Hotel Internacional. Então Don disse: 'Elvis, venha até aqui'. E Elvis subiu no palco. Don sempre fazia isso nos seus shows. Ele falou pra Elvis: 'Dá-me um beijinho aqui na minha bochecha enquanto canto esta canção. Quando ele estava cantando, virou sua boca em direção a Elvis, e o fotógrafo tirou aquela foto. Eu fui até o fotografo e tirei o negativo dele.

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Larry King: Jackie Gleason me disse uma vez que falou pra Elvis, quando ele estava fazendo um de seus shows de verão...

Joe Esposito: Sim.

Larry King: ... 'Elvis você vai ser uma grande estrela. Não se esconda. Vá a restaurantes. Saia em público. Porque se você se esconder, você será o homem mais solitário do mundo.

Joe Esposito: Sim.

Larry King: Agora, sua carreira diminuiu um pouco, não foi?

Joe Esposito: Oh, sim. Nos anos 60, ele fazia aquelas trilhas sonoras para os filmes, seus sucessos não iam bem. Então houve a invasão dos Beatles.

Larry King: Agora me diga, quando ele começou com as apresentações pessoais, as multidões, como eram elas?

Joe Esposito: Inacreditável. Tudo era novo para mim também, porque nunca tinha visto multidões daquele jeito. Era exatamente como você vê na televisão. As pessoas gritavam e berravam, desmaiando.

Larry King: O que ele achava disso?

Joe Esposito: Ele não conseguia assimilar o que estava acontecendo.

Ele não entendia o por quê. Ele se perguntava: 'Não entendo por quê? Por que eles estão fazendo isso comigo?'

Acho que nenhuma grande estrela pode entender, por que eles fazem esse efeito nas pessoas? Elvis tinha um efeito nas pessoas porque tinha uma grande voz, cantava com sentimento e elas sentiam o que ele cantava. E qualquer pessoa que já o viu ao vivo no palco, todos sentiram que ele estava cantando apenas para eles, não para 20.000 pessoas, apenas para eles.

 

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Larry King: Foi ele que inaugurou o International Hotel?

Joe Esposito: Não. Foi uma jogada inteligente. Barbra Streisand foi quem fez a abertura do hotel. Fomos o segundo grupo.

Larry King: Mas ele estava sempre se apresentando...

Joe Esposito: Sim. Tínhamos muitas pessoas lá o tempo todo. Tínhamos 15, 30, 50 pessoas por noite na suíte. Era difícil para ele, porque quando estava na cidade as pessoas sempre procuravam por ele. Mas a verdade é que costumávamos descer às 4h00, 5h00 da manhã só para jogar cartas um pouco no cassino quando não estava tão cheio. Mas de repente ficava lotado, daí tínhamos que voltar lá para cima.

Larry King: Em Vegas, ele foi o maior?

Joe Esposito: Sim, absolutamente. Ninguém vai bater o recorde de Elvis em Las Vegas no que se refere a público.

Larry King: Sempre o Hilton?

Joe Esposito: Inicialmente foi no International Hotel. Kerkorian o construiu e acabou vendendo para o Barão Hilton. Portanto, foi sempre o mesmo hotel desde a época em que tocamos lá até o dia que ele faleceu. Ele amava Vegas.

Larry King: Ele adorava estar em ação, certo?

Joe Esposito: Ele adorava estar no palco. Ele se sentia mais feliz no palco porque recebia o amor do público. E ele gostava de cantar. Era isso que ele gostava de fazer. Quando ele estava em sua casa ficava horas a fio sozinho ao piano apenas tocando músicas e cantando.

Larry King: Você estava em todas as apresentações dele?

Joe Esposito: Nunca perdi um show nos 17 anos que estive com ele, nunca perdi um show. Eu estava com ele em todos os shows. Foi ótimo, foi inacreditável. Porque não eram os mesmos shows todas as noites. Ele sempre fazia pequenas coisas divertidas, se divertia muito. As vezes alterava o roteiro, adicionava músicas diferentes. Sempre foi um show diferente.

Larry King: Nunca se cansou disso?

Joe Esposito: Não.

Larry King: Quão bom artista ele era?

Joe Esposito: O melhor. O melhor em absoluto. Ele não tinha show definido. Ele tinha um número de abertura e um número de fechamento. O que ele fazia era com ele. Havia certas rotinas que ele tinha, mas ele mudava bem no meio do show. Vamos fazer essa música, vamos fazer aquela música. Qualquer que fosse. Ele fivaca muito à vontade no palco. Ele adorava se apresentar.

Larry King: Ele também tocava piano?

Joe Esposito: Ele amava tocar piano.

Larry King: ... e guitarra.

Joe Esposito: Sim, ele adorava, tocava qualquer instrumento, mas não era tão bom. Ele era uma daquelas pessoas que tinha esse talento.

Larry King: Como ele era andando por aí?

Joe Esposito: Só mais um cara. Assistia muito futebol, boxe.

Larry King: Fã de esportes?

Joe Esposito: Fã de esportes, sim. Principalmente boxe e futebol.

Larry King: Ele treinava caratê e outras coisas?

Joe Esposito: Ele treinou muito caratê. Ele aprendeu no Exército, não com o Exército. Ele viu uma história sobre o assunto e começou a treinar enquanto estava lá.

Larry King: Ele também era incrivelmente generoso.

Joe Esposito: Oh, sim. Definitivamente, homem muito generoso. Ele sempre disse que queria compartilhar sua riqueza com amigos e até estranhos.

Larry King: A equipe era bem pagas?

 

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Joe Esposito: Sim, mas muitos bônus. Depois de cada tour você ganhava um bônus. Nós fazíamos turnês umas 10 vezes por ano. Eu tinha um apartamento em Los Angeles que era alugado. Ele e a Priscila vieram uma vez ao apartamento e começamos a conversar. E ele disse: 'Você precisa de uma casa, não de um apartamento'. E eu disse, 'bem, um dia desses'. Ele disse: 'Um dia desses nada, vamos comprar uma agora!'. Tinha uma corretora nos esperando do lado de fora e fomos dar uma volta, procurando alguns lugares e encontramos uma casa e ele a comprou para mim! Para mim e minha família.

Foi tão difícil. O que podemos dizer pra quem te compra uma casa? Tudo que pude dizer foi 'Elvis, eu te amo e muito, muito obrigado por fazer isso por mim'. Ele adorava ver a expressão no rosto das pessoas quando lhes dava algo que nunca poderiam receber. Ele era um grande doador.

Larry King: O Coronel não era tão generoso?

Joe Esposito: Não, não era. Na verdade as pessoas não sabiam que Elvis fazia doações para muitas organizações de caridade, mas isso nunca era divulgado. Tom Parker era um empresário e o dinheiro era muito importante para ele.

Larry King: Elvis perdeu um pouco o contato com o mundo exterior?

Joe Esposito: Sim. Acho que todos nós, mesmo perto dele. Estando perto dele, perdíamos o contato. Esse era o problema com alguém como Elvis.

Larry King: Ele assistia muito à televisão?

Joe Esposito: Sim. Muita TV. Ouvi muita música.

John Mackie: Há uma lenda de que ele não gostava tanto de Robert Goulet, e quando ele aparecia na TV Elvis atirava no aparelho, isso é verdade?

Joe Esposito: Sim, uma vez só. Mas não foi por causa de Robert Goulet. Ele só fez isso para chamar atenção. Ele gostava de chamar a atenção das pessoas, só isso.

John Mackie: Você estava lá quando ele fez isso?

Joe Esposito: Oh sim.

John Mackie: Isso chocou você?

Joe Esposito: Sim, com certeza. Um tiro de arma em uma casa? Não havia muitas pessoas lá, apenas algumas. 'O que diabos foi isso?' Ele disse: 'Bem, eu só queria acordar todo mundo'.

John Mackie: Quem estava na TV?

Joe Esposito: Robert Goulet. 'Ele deve ter odiado Robert Goulet, mas não tinha nada a ver com ele, poderia ter sido qualquer um'.

John Mackie: Ele gostava de brincar com armas?

Joe Esposito: Oh sim, ele adorava armas. Ele amava fazer cumprir a lei, ele gostava muito disso. Costumávamos ter distintivos honorários e licenças de porte de armas do estado do Tennessee. Costumávamos praticar tiro ao alvo.

 

Larry King: Gostava de música.

Joe Esposito: Adorava todos os tipos de músicas. Ópera, gospel, country, rhythm and blues.

Larry King: E tinha um grande carinho pelos negros.

Joe Esposito: Oh, sim.

Larry King: Ele apoiou Martin Luther King.

 

Larry King: Quando ouviram Elvis pela primeira vez, as pessoas pensaram que ele era negro.

Joe Esposito: Sim.

Elvis Presley aide Joe Esposito dies at 78 - New York Daily News

Larry King: Todas aquelas roupas que ele vestia, ele mesmo as escolhia?

Joe Esposito: Sim. O designer fazia os desenhos e ele escolhia esse ou aquele. E ele mesmo teve algumas idéias. Quando foi feito o especial do Havaí, ele sugeriu a águia americana. Ele era muito patriota e sabia que aquele evento iria dar a volta ao mundo.

Larry King: O que você lembra sobre o encontro com Nixon?

Joe Esposito: Eu não estava lá. Eu soube dessa reunião depois que aconteceu. Ele manteve isso em segredo de todos, exceto para alguns caras.

Larry King: Aquilo foi engraçado.

Joe Esposito: Sim, ele foi lá para conseguir um distintivo. Essa foi a única razão pela qual ele foi lá. Alguém disse que ele nunca conseguiria, e isso era algo que você não diria a Elvis, que ele não podia fazer algo. E ele foi lá e pegou. Todo mundo disse 'Você nunca será capaz de conseguir isso. O presidente Nixon não fará isso'. E ele disse 'tudo bem, deixa eu falar com ele'. E quando ele deixou Washington, ele tinha o distintivo com ele.

John Mackie: Ele conheceu algum outro presidente ou apenas Nixon?

Joe Esposito: Apenas Nixon. Provavelmente foi o único presidente que ele conheceu. Ele também conheceu o presidente Carter antes de se tornar presidente. Na época ele era governador.

Larry King: Você sabia que no museu Nixon, na Biblioteca Nixon, a foto mais vendida é a foto dos dois.

Joe Esposito: Eu acredito. E posso entender isso... simplesmente incrível.

John Mackie: Ele costumava ver outros shows?

Joe Esposito: Oh sim. Muitas vezes em Vegas, íamos algumas vezes ver todas as estrelas, por toda a cidade. Frank Sinatra, Dean Martin, Tony Bennett, Sammy Davis Jr., Andy Williams, todos os tipos de estrelas, Fats Domino, todo mundo estava em Vegas naquela época. Costumávamos ver dois shows por noite.

Larry King: OK. Conte-me como a coisa das drogas começou.

Joe Esposito: Bem, você sabe, neste negócio, todos nós nos envolvemos em certas coisas. Estávamos trabalhando duro, fazendo filmes, então você... antes de tudo Elvis tinha insonia. Ele não conseguia dormir. Ele tinha muitas dificuldades para dormir, então começou a tomar remédios para dormir...

Larry King: Além disso, me disseram que ele ia pra cama ao amanhecer.

Joe Esposito: É o que quero dizer, muito tarde.

Larry King: 6:00 da manhã, certo?

Joe Esposito: Exatamente, muitas vezes. Então, ele começou a tomar pílulas para dormir. E quando ele acordava se sentia grogue. Um dia alguém disse, ei, pegue isso, vai mantê-lo acordado. Então ele passou a usar remédios para mantê-lo acordado. Todos nós estávamos fazendo isso.

Larry King: Ele tomava anfetaminas e estimulantes.

Joe Esposito: O dia todo. E, eventualmente, era preciso mais.

Larry King: Ele chegou a usar cocaína?

Joe Esposito: Não, que eu saiba ele nunca experimentou cocaína, não na minha frente.

Larry King: Heroína?

Joe Esposito: Não, nunca.

Larry King: Provavelmente maconha?

Joe Esposito: Maconha, usamos um pouco. Sim, todos nós usamos um pouco. Eu gostaria que ele tivesse ficado apenas com as outras coisas.

Larry King: Existiam muitos médicos diferentes dando-lhe receitas?

Joe Esposito: Essa é uma das coisa que quando você é uma grande estrela, você pode conseguir o que quiser. Como dizer não a Elvis.

Larry King: Então, ele tinha um médico em Memphis, ia para Las Vegas e...

Joe Esposito: Em Vegas, se um médico não lhe desse, ele pegaria de outro.

 

Longtime Elvis Presley aide Joe Esposito dies at 78

 

Larry King: Ele era capaz de se apresentar enquanto usava essas drogas?

Joe Esposito: Sim.

Larry King: Todos esses medicamentos eram controlados. Ele nunca usou drogas ilegais?

Joe Esposito: Não, que eu saiba não.

Larry King: E quanto às mudanças de peso?

Joe Esposito: Bem, as mudanças de peso, Elvis era um comedor de junk food. Ele era um daqueles caras que quando ficava deprimido, ele comia. Ele gostava de comer hambúrgueres de vez em quando. Ele comeu hambúrgueres todas as noites por um longo tempo. E ele sempre foi criado com comida frita e comida do sul, e engordava muito. E isso era um problema pois ele começava a ganhar peso.

Larry King: Ele falava sobre essa questão do peso? Ele chegou a: vou fazer exercícios?

Joe Esposito: Em alguns momentos sim. Nós sentávamos e conversávamos com ele. Alguns de nós falava pra ele... 'Elvis, você tem que voltar à forma. Você está um pouco pesado, e isso e aquilo'. As vezes ele ouvia você, mas às vezes não. Ele ficaria bravo com você.

Larry King: Ele ficava muito deprimido?

Joe Esposito: Sim, principalmente nos últimos dois anos de sua vida. As pessoas não entendem que você é um grande astro com 40 anos. Apareciam fotos em revistas que diziam... 'Gordo com 40, Elvis faz 40 acima do peso. Isso é uma coisa horrível de se dizer sobre qualquer pessoa. E isso o atingiu muito. O que você faria? Se você fica deprimido, você tenta fazer alguma coisa para te fazer feliz, se uma uma pessoa costuma beber, ela então vai beber. Ele tomava comprimidos.

Larry King: Isso foi antes do Zoloft e...

Joe Esposito: Oh, sim. Antes, ninguém tinha permissão para tomar.

Larry King: Não havia antidepressivos. Em outras palavras, não existia Betty Ford.

Joe Esposito: Nada de Betty Fords. Naquela época, você fosse pego fazendo algo assim, eles o prenderiam. Hoje em dia é legal.

Larry King: O Dr. George Nickopolous, foi acusado de prescrição excessiva, certo?

Joe Esposito: Correto.

Larry King: Perdeu a licença.

Joe Esposito: Sim, por um tempo.

Larry King: Mas era difícil dizer não  a Elvis.

Joe Esposito: Era difícil. Cheguei a defendê-lo até certo ponto, porque quando ele fazia viagens, todos nós tomávamos os mesmos comprimidos. Todos nós fizemos isso.

Larry King: Então, você estava tomando também?

Joe Esposito: Oh, sim. Eu fui viciado em pílulas para dormir por um longo tempo. A gente tomava pílulas para dormir porque estávamos todos fazendo a mesma coisa juntos. Quando você está com Elvis, está com ele 24 horas por dia. Fazíamos tudo juntos, férias, viagens, tudo. Todos nós entramos na rotina também.

 

Larry King: Como eram os groupies?

Joe Esposito: Tínhamos muitas groupies que ficavam no portão 24 horas por dia, nos seguiam quando íamos às compras. Eles nos seguiriam no carro. Você sabe, isso foi difícil. Mas eu me lembro dessas groupies. Tínhamos muitos outros fãs ótimos e legais que sempre estiveram por perto, que fariam qualquer coisa por Elvis.

Larry King: Homens e mulheres, certo?

Joe Esposito: Oh, sim. Com certeza. Hoje encontro mais homens que me perguntam sobre Elvis do que mulheres. Eles querem saber sobre Elvis. É simplesmente incrível.

Larry King: Ele alguma vez tentou vencer o problema das drogas?

 

Joe Esposito: Você sabe o que era incrível sobre ele, eu sei que se ele se decidisse a fazer isso, ele poderia. Porque havia momentos em que ele simplesmente parava de tomar qualquer coisa por um longo tempo.

Larry King: Então, ele poderia ter parado?

Joe Esposito: Sim, ele poderia, se quisesse. Nós fomos pressionados por um monte de gente dizendo por que não fizemos algo? Não podíamos fazer nada. Se ele não quisesse fazer, não fazia.

Larry King: Você disse que ele sempre passava férias no Havaí. Suas últimas férias foram no Havaí.

Joe Esposito: Sim, em março de 1977. Nos divertimos muito lá. Ele jogou futebol na praia.

Larry King: Ele nunca se casou novamente.

Joe Esposito: Não, nunca se casou novamente.

Larry King: Ele queria? Ele alguma vez...

Joe Esposito: Ele nunca falou sobre isso. Não, ele nunca falou em se casar novamente.

Larry King: Ele disse que queria mais filhos?

Joe Esposito: Ele gostaria de ter tido mais filhos, sim, mas, você sabe, isso nunca aconteceu.

Larry King: Ele temia chegar aos 40, não temia?

Joe Esposito: Sim. Naquela época, esse foi o ponto de declínio. Hoje em dia não é. Mas, naquela época, quando você chegava aos 40, estava caindo. Então, o que você pensa quando é uma grande estrela?

Larry King: Morte.

Joe Esposito: Morte e velhice. Como vou ficar quando tiver 50 anos? Essas meninas ainda vão estar lá fora gritando por mim? É um pensamento deprimente.

Larry King: Elvis faleceu em 16 de agosto. Onde você estava naquele dia?

Joe Esposito: Eu estava lá em 16 de agosto. Estávamos nos preparando para sair em turnê naquela noite.

Larry King: Ele estava bem durante o dia?

Joe Esposito: Na noite anterior, conversei com ele. Ele estava bem. Eu falei com ele. Eu disse algumas coisas que ele precisava fazer antes de sairmos.

Larry King: Onde vocês iriam fazer turnê?

Joe Esposito: Estávamos nos preparando para ir para Portland, Maine. Partiríamos no dia 16 às 19 horas. Voaríamos para Portland, passaríamos a noite lá e faria o show no dia seguinte.

 

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Larry King: ele tinha um avião particular, certo?

Joe Esposito: Tínhamos nosso próprio jato particular, chamado Lisa Marie. Era um grande jato de quatro motores que Elvis comprou.

Larry King: Quatro motores?

Joe Esposito: Sim, quatro motores dos grandes. Ele só gostava de aviões de quatro motores. Ele não queria um avião bimotor porque dizia que era mais seguro um avião quadrimotor.

Larry King: Ele estava certo. Poucas pessoas têm aviões particulares com quatro motores.

Joe Esposito: É verdade.

Larry King: Então, você estava pronto para ir para Portland, Maine.

Joe Esposito: Certo. E naquela tarde, eu estaria lá. Eu deveria acordá-lo às 4:00 para se preparar para sair.

Larry King: Você estava indo também naquela noite.

Joe Esposito: Nós íamos viajar naquela noite do dia 16. E sua namorada ligou lá para baixo.

Larry King: Não era mais a Linda. Era uma nova namorada.

Joe Esposito: Não. Era uma garota chamada Ginger Alden. Ela interfonou pedindo ajuda dizendo que Elvis tinha desmaiado no banheiro. Então, corri escada acima e fui para o banheiro. Chegando lá eu o vi no chão. No minuto em que o toquei, soube que ele estava morto. Eu soube disso naquele momento. Peguei o telefone bem rápido e chamei uma ambulância. Quando a ambulância chegou eu entrei na ambulância e fui junto com ele como também o Charlie Hodge e o Dr. Nick. Fomos todos para o hospital.

Larry King: Você sabia que ele estava morto?

Joe Esposito: Eu sabia. Sabia que não poderia ser o contrário.

Larry King: Qual foi sua primeira reação? Ele só tinha 42 anos.

Joe Esposito: Eu sei. Naquele momento eu não conseguia acreditar que ele tinha falecido. Tive um certo bloqueio por um momento. Mas foi difícil. Foi muito difícil. Nós éramos amigos muito próximos e passamos muito tempo juntos. Eu o considerava meu melhor amigo. Então, quando você perde alguém assim e o tempo que passamos juntos, nossas vidas inteiras juntos, eu pensei que minha vida tinha acabado ali.

Larry King: Como a namorada dele reagiu?

Joe Esposito: Ginger ficou muito tensa. Lisa Marie estava em Graceland visitando o pai.

Larry King: Ela tinha quantos anos?

Joe Esposito: Ela tinha nove anos.

Larry King: A Lisa ligou para Linda Thompson.

Joe Esposito: É verdade?

Larry King: Foi a Linda que contou a ela.

Joe Esposito: Então, eu tive que ligar para Priscilla e contar a ela.

Larry King: Como ela reagiu?

Joe Esposito: Ela ficou louca quando contei a ela. Ela largou o telefone.

Larry King: Ela ainda o amava?

Joe Esposito: Oh, sim, claro. Então ela ficou muito preocupada com Lisa. Ela disse, 'como está Lisa Marie?' E eu disse, 'não se preocupe, Lisa Marie está bem'. Liguei para o coronel Parker e contei a ele.

Larry King: Quem fez o anúncio à imprensa?

Joe Esposito: Bem, eles queriam que eu fizesse isso, mas eu não fiz.

Larry King: Por quê?

Joe Esposito: Simplesmente não consegui. Eles queriam e eu disse que faria. Mas eu estava muito abalado emocionalmente, não tinha condições de fazer aquilo. Então, o relações públicas do hospital fez o anúncio. Foi um dia da minha vida que nunca vou esquecer.

 

Larry King: Ele deu a volta ao mundo em um piscar de olhos. Todo mundo sabia onde vocês estavam.

Joe Esposito: Eu sei disso. Você sabe o que foi incrível, Larry, é que nunca de dentro você não vê o que acontece lá fora. Não percebi o efeito que ele tinha nas pessoas durante aqueles dias. O que quero dizer é, as milhares de pessoas que vieram de todo o mundo para o funeral de Elvis. Eu nunca esperei isso. Sem chance. E as ruas estavam alinhadas até de...

Larry King: Limusines brancas, certo?

Dedicated to the Presley family — Elvis and Priscilla sitting together in  the...

Joe Esposito: Compramos 17 limusines brancas porque a cor favorita de Elvis era o branco. Seu pai disse que precisávamos comprar limusines brancas. Conseguimos comprar em diversas cidades de todo o país para colocá-las lá.

Larry King: Qual foi a causa da morte dele? Qual foi a determinação final, ataque cardíaco?

Joe Esposito: O coração dele parou. Simplesmente parou.

Larry King: Sem dor?

Joe Esposito: Sem dor, nada. Simplesmente parou.

Larry King: Alguma ligação com a drogas?

Joe Esposito: Dizem que estava ligado a drogas. Mas acho que foi sua saúde. Ele não comia bem.

Larry King: Oscilação de peso.

Joe Esposito: Oscilação de peso, coração dilatado, pressão alta. As pessoas não perceberam. E não foi só isso, se você olhar para a família dele pelo lado materno, todos morreram muito jovens. Todos eles eram pessoas viciantes. Dois de seus primos morreram de overdose de drogas e outras coisas, e sua mãe bebeu muito. Então, do lado da mãe foi ruim.

Larry King: Ele estava tomando remédios para pressão alta?

Joe Esposito: Oh, sim. Ele também estava tomando remédio por causa do glaucoma que ele tinha em um dos olhos.

Larry King: Ele tinha glaucoma?

Joe Esposito: Sim, em um dos olhos. Ele também tinha algum problema de intestino.

Larry King: Uau. Nunca soubemos de nada disso.

Joe Esposito: Não. Ninguém falava sobre isso. É por isso que muitos de seus medicamentos foram interrompidos. Mas toda aquela medicação não ajudava.

Larry King: O que você achou de todas as histórias de Elvis e da morte? Isso ainda está acontecendo.

Joe Esposito: Você quer dizer ainda estar vivo? Isso me deixa louco. Quer dizer, é tão estúpido. O homem se foi. Ele nunca, jamais desistiria de sua vida porque ele tinha que cantar no palco para seus fãs.

Larry King: Disseram que não era ele no funeral.

Joe Esposito: Sim, eu sei. Não pude acreditar que disseram isso, que não era ele no caixão. Isso machuca muitos fãs que querem acreditar que ele ainda está vivo. Isso é o que é ruim. Isso lhes dá esperança de que ele esteja vivo. Recebo cartas o tempo todo dizendo, 'por favor, diga a Elvis, eu sei que ele está vivo, diga a ele que dissemos olá e que o amamos'. Isso é triste. As pessoas querem ganhar dinheiro com isso.

Larry King: O que você fez no funeral?

Joe Esposito: Bem, eu fui um dos que carregou o caixão. Eu tenho que dar crédito a todos os caras que trabalharam para a segurança de Elvis e a todos os caras ao nosso redor. Realmente fizemos um ótimo trabalho na organização deste funeral porque foi um grande evento.

Larry King: Quantos dias após a morte?

Joe Esposito: Três dias. Mas a questão é que todos nós nos sentamos juntos e dissemos, esta vai ser a última apresentação de Elvis. Vamos nos certificar de que seja bom. E todos nós trabalhamos muito. Foi incrível como tudo correu bem com todas aquelas pessoas lá fora.

 

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Larry King: O corpo foi exibido?

Joe Esposito: Sim. Seu pai queria ter certeza de que todos poderiam dizer adeus a Elvis. E milhares de fãs caminharam por horas.

Larry King: Nenhuma imprensa foi permitida.

Joe Esposito: Sem imprensa.

Larry King: O 'Enquirer' tem algum tipo de imagem.

 

Joe Esposito: Bem, eles pagaram muito dinheiro a um dos primos de Elvis para colocar uma câmera escondida e tirar uma foto.

Larry King: Eles fizeram um bom trabalho.

Joe Esposito: Sim, nada mal.

Larry King: Foi difícil quando você, descobriu?

Joe Esposito: Fiquei muito deprimido, muito deprimido por muito tempo. Foi muito difícil. E ainda sinto muita falta dele.

Larry King: Ele mudou a música.

Joe Esposito: Ele mudou a música, mudou a história.

Larry King: Como os Beatles e outros que disseram que ele os tinham influenciado.

Joe Esposito: John Lennon disse, se não houvesse Elvis, não haveria Beatles. Eu conheci muitas grandes estrelas, e eles diziam e dizem a mesma coisa. Elvis foi uma grande influência na época. Até mesmo crianças.

Larry King: O que você acha que Elvis teria feito se ainda estivesse vivo...

Joe Esposito: Eu acho...

Larry King: ...digamos nos seus 50 anos?

Joe Esposito: Com certeza ainda teria cantado, tocado... Teria atuado. Ele queria dirigir filmes ao mesmo tempo. Você sabe que ele se cansou de seus filmes. Ele queria dirigir e fazer filmes de ação e comédias. Ele adorava comédias. Então acho que ele teria feito isso e mais  ainda, mas ele nunca teria parado de se apresentar no palco enquanto pudesse.

Larry King: Então, se ele estivesse vivo agora, ele estaria trabalhando em algum lugar?

Joe Esposito: Sim, ele estaria no palco sim. Se ele pudesse estar no palco, ele estaria cantando em algum lugar, como Sinatra fez. Sinatra não queria parar.

John Mackie: O Coronel, como você o vê quando olha para trás hoje?

Joe Esposito: Acho que o Coronel foi a única pessoa que poderia ter sido o empresário de Elvis Presley. Ninguém poderia ter lidado com ele melhor do que ele. Ninguém. Não há muitos empresários que gerenciam apenas uma pessoa. O coronel Parker foi muitas vezes procurado por grandes estrelas, eles queriam que ele fosse seu empresário. E o coronel sempre disse não. Falava que só empresariava Elvis.

John Mackie: Mas o Coronel foi criticado por enganar Elvis. Você então não acha isso justo?

Joe Esposito: Ele cometeu seus erros. Todos nós cometemos erros. Nenhum de nós é perfeito. Mas, no geral, ninguém poderia ter feito o que ele fez com Elvis Presley. Temos que entender que o coronel dedicou a vida a ele. Ele não se importava com mais ninguém. Vinte e quatro horas por dia, ele sempre pensava em algo para Elvis. Ele teve grandes ideias que ninguém mais teve. Ele também cometeu erros, mas qualquer um que estivesse ao nosso redor poderia dizer que não havia ninguém melhor do que o coronel Parker.

Eles eram uma equipe, basicamente. Eles se tornaram um time, eles eram inacreditáveis ​​juntos. Mas eles discutiam, assim como todo mundo.

John Mackie: Mas Elvis foi muito leal, ele nunca deixou o Coronel.

Joe Esposito: Não. Eles tiveram brigas, desentendimentos, mas eu nunca o veria indo para outro empresário. Nunca.

John Mackie: E quanto ao livro Elvis: What Happened, o que você achou disso?

Joe Esposito: Bem, isso foi devastador para Elvis enquanto ele estava vivo. Para mim foi isso que o colocou no fim. O último ano de sua vida, ele só falava daquele livro. Ele estava tão machucado por dentro pois não acreditava que os chamados amigos fariam algo assim com ele. O último ano de sua vida foi horrível, e eu culpo 80% disso esse livro.

Joe Esposito Passed Away - ElvisNews.com

Larry King: Você mantém contato com Lisa?

Joe Esposito: Tenho mais contato com a Priscilla. Lisa tem seu próprio grupo de pessoas. Uma turma mais jovem, eles não ficam perto de nós, caras velhos.

Larry King: Como está Priscilla?

Joe Esposito: Priscilla está ótima.

Larry King: Você a vê ocasionalmente?

Joe Esposito: Sim.

John Mackie: Por que você acha que a lenda de Elvis parece ser tão forte, 30 anos depois?

Joe Esposito: Por causa de sua música, se você olhar em seus olhos em uma tela de cinema , num especial de TV ou algo assim, há algo nele que você simplesmente não pode deixar de gostar. E sua voz, vamos encarar, ele tinha a maior voz do mundo, sobre todos os cantores da história. Ele podia cantar qualquer coisa e cantava com o coração. As pessoas podem sentir isso quando ouvem sua música. Ele não cantava apenas por cantar, ele cantava com o coração. Isso pegava as pessoas. Os jovens de hoje o amam. Ele está morto há 30 anos e eles têm apenas 10, 15 anos. Não conheço nenhum outro artista que faça isso com as pessoas.

Outra coisa que me surpreende é Graceland. É a segunda casa mais visitada dos EUA, a primeira é a Casa Branca. E eu morava lá.

 

Larry King: Entrevista na CNN em 6 de agosto de 2002
John Mackie: Entrevista na Vancouver Sun em 2007