ENTREVISTA COM LINDA THOMPSON |
Linda Thompson nasceu em 23 de maio de 1950 em Memphis, Tennessee. Linda ganhou vários concursos de beleza, incluindo o título de Miss Tennessee EUA em 1972. Em julho daquele ano, ela começou um relacionamento com o recém-separado Elvis Presley e imediatamente foi morar com ele em Graceland por cerca de quatro anos e meio.
Em 1981, Linda Thompson casou-se com o ex-medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos, Bruce Jenner, com quem teve dois filhos. Bruce se divorciou de Linda em 1983 e ela apareceu em alguns filmes e fez várias aparições em diferentes séries de televisão. Em 1991 ela se casou com o compositor David Foster. Com a ajuda de seu novo marido, ela começou a escrever letras para algumas de suas composições, notavelmente a canção 'No Explanation' para o filme de 1990, Pretty Woman. Em 1992, eles foram indicados ao Grammy e ao Oscar de Melhor Canção por sua composição da canção 'I Have Nothing' cantada por Whitney Houston no filme de 1992, The Bodyguard. [Linda escreveu poemas durante seu tempo com Elvis e se ofereceu para colocá-los em suas músicas, mas ele recusou, infelizmente perdendo algumas boas contribuições musicais.]
Por: Larry King |
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Linda Thompson: Tenho sido muito criteriosa sobre as entrevistas que concordei em fazer ao longo dos anos. Então é um pouco difícil para mim. Larry King: Mas você me conhece. Linda Thompson: Eu conheço você e o respeito completamente. Larry King: Então você foi casada com Bruce Jenner e depois com David Foster. Linda Thompson: Isso. Larry King: E você tem dois filhos com Bruce, certo? Linda Thompson: Isso mesmo. Tenho bom gosto para homens, não tenho? [Linda e Elvis estavam assistindo às Olimpíadas de 1976 na TV, Elvis estava no hospital em 76 e os dois assistiram Bruce cruzar a linha de chegada. Linda disse: "Uau, olhe para aquele cara. Eu gostaria de casar com aquele cara". E Elvis disse, "Por cima do meu cadáver"]. Então, você sabe, a verdade é mais estranha do que a ficção. O que posso dizer. Larry King: Então, quantos anos você tinha quando conheceu Elvis? Me conte a história. Como você... Linda Thompson: Bem, você sabe que Elvis gostava de mulheres jovens, e eu era muito jovem. Larry King: Você tinha quantos anos na época? Linda Thompson: Eu tinha 22 anos. Tinha acabado de completar. Mas cronologicamente, eu era mais velha emocionalmente, tendo crescido no Sul em uma espécie de ambiente isolado, você sabe, muito tradicional, muito conservador. Larry King: Como foi? Linda Thompson: Eu era a Miss Tennessee em 1972 e Elvis era Elvis. Eu morava em Memphis. E fui convidada para ir ao Memphian Theatre por Bill Browder, que mais tarde ficou conhecido como TG Shepard (e era um artista country de sucesso), que Elvis alugou depois da meia-noite para exibir filmes. Isso foi antes das salas de projeção. Larry King: Como ele era? Qual foi sua primeira impressão dele? Linda Thompson: Bem, eu estava no saguão conversando com alguns dos caras que trabalhavam com Elvis e algumas pessoas que estavam por ali, de repente a porta se abriu e tive aquela visão. Era meados de julho e Memphis estava muito úmido, muito sufocante. Ele estava com uma capa preta com gola alta e forro de cetim vermelho e eu disse "estamos vestidos um pouco como o Drácula, não estamos?" vi que nós dois compartilhávamos um senso de humor muito parecido um com o outro. Nós nos demos muito bem imediatamente porque crescemos em Memphis, tínhamos as mesmas crenças religiosas, o mesmo amor por nossa família, devoção à mãe e ao pai. Tínhamos o mesmo sentimento de lealdade, gostávamos da mesma comida porque éramos ambos sulistas. Larry King: Parece que foi quase inevitável, não é Linda? Linda Thompson: Foi sim. Tínhamos um parentesco real. Quer dizer, nos tornamos almas gêmeas. Tanto que ele disse, "onde você esteve?" e eu respondi "Crescendo!" |
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Larry King: Você quer dizer que ele não podia ir ao cinema normalmente? Linda Thompson: Oh, não. Ele nunca poderia ir ao cinema normalmente. Então, ele alugava o Memphian Theatre após o horário de fechamento. Houve uma vez em que estávamos entrando no Memphian Theatre e ele estava um pouco à minha frente e alguém se aproximou dele e disse: 'Meu Deus, olhem, é Elvis. Você é Elvis, não é? Ele disse, 'Bem, sim, eu sou Elvis'. E foi uma loucura. Todos queriam um autógrafo e tirar fotos. Larry King: Os filmes que mandavam pra Elvis assistir, ele os assistia? Linda Thompson: Sim, alguns filmes eram antigos e muitos filmes eram de caratê.
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Larry King: Ele gostava de caratê? Linda Thompson: Sim, ele amava caratê. Ele amava filmes de ação. Então, fui convidada para ir ao teatro. E a Srta. Rhode Island, Jeannie LaMay, foi minha colega de quarto no concurso de Miss EUA. Ela estava morando em Memphis. Eu e ela fomos ao teatro e então nos apresentaram à Elvis. Larry King: Olá, esta é... Linda Thompson: "Olá, esta é a Miss Tennessee". E Elvis disse: "Olá, querida, onde você esteve toda a minha vida". Larry King: Ele veio assim? Linda Thompson: Oh, sim. Bem, no começo, você sabe, ele ainda estava apaixonado. Larry King: Ele era casado na época? Linda Thompson: Não. Eu o conheci em 6 de julho de 1972 e ele estava separado desde janeiro. Mas eu não sabia. Não foi divulgado para a imprensa. Então, eu estava muito distante, porque, você sabe, eu era uma boa garota da igreja batista do sul. Larry King: Eu sei, mas você considerou isso um primeiro encontro? Linda Thompson: Eu considerei que foi nosso primeiro encontro, sim, porque quando nós... Larry King: Você se sentou ao lado dele? Linda Thompson: Ele se sentou ao meu lado. Ele veio e se sentou ao meu lado durante os filmes que foram exibidos. |
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Larry King: Você estava sentada ao lado da Srta. Rhode Island? Linda Thompson: Estava. Larry King: O que ela disse a você? Linda Thompson: Ela me cutucou tanto costelas com o cotovelo que me machucou as costas. Larry King: O que você achou? Linda Thompson: Eu achava que ele ainda era casado então procurava ficar distante. Ele finalmente, durante uma de suas investidas, ele disse: "Querida, você sabe que eu não sou mais casado", ao que eu respondi, "Não, eu não sabia. Mas sabe, sinto muito que seu casamento não tenha dado certo, você deveria ter se casado com uma garota do sul". Larry King: Você disse isso? Linda Thompson: Disse sim, e ele sempre se lembrava de eu ter dito isso, ele dizia que eu não tinha ideia de como isso era honesto, verdadeiro e correto, porque somente quem crescia no Sul compreenderia essa cultura completamente. E ele era muito sulista. E então acho que tivemos um parentesco imediato. Nos tornamos almas gêmeas imediatamente. Larry King: Havia muitas pessoas no teatro a noite toda? Linda Thompson: Havia umas 25 pessoas lá. Larry King: Amigos dele? Linda Thompson: Amigos dele, todos amigos e conhecidos. Larry King: Você se lembra do filme daquele dia? Linda Thompson: Não. Larry King: Então, o que aconteceu no final? Ele te levou para casa? Linda Thompson: Não. Eu saí pois estava na casa da minha tia Betty. Então voltei para a casa dela. Mas às 4 horas, o telefone tocou. Larry King: Então você deu a ele seu número? Linda Thompson: Sim. Ele disse que gostaria do número de telefone para contato. E eu disse, bem, não tenho uma caneta e nem um pedaço de papel. Ele foi buscar papel e caneta e anotou meu número em uma caixa de fósforos. Daí pensei, ele nunca vai me ligar. Eu deveria ter sido mais atenciosa do que fui. Larry King: Você queria vê-lo? Linda Thompson: Claro. Larry King: Você gostou da aparência dele? Linda Thompson: Ele era incrível. Eu cresci em Memphis ouvindo sua música e indo ao cinema. Larry King: Ele tinha quantos anos nessa época? Linda Thompson: Ele tinha 35, 36 anos. Larry King: Então ele te ligou às 4:00. Linda Thompson: Sim, às 4:00 da manhã, e minha tia Betty, uma graciosa senhora do sul, foi quem atendeu. E eu escutei ela dizendo: "Por que, sim, ela é. Um momento por favor". Então ela disse: "Oh, meu Deus. É Elvis Presley ao telefone". Eu peguei o telefone e disse, oi, sabe, é meio tarde para ligar. Ele disse que queria que eu soubesse o quão feliz ele estava por ter me conhecido e queria saber onde eu estava e não desaparecesse dele. Disse também que queria me ver de novo. E disse: "Você pode vir amanhã? Gostaria de apresentá-lo a meu pai, Vernon, e gostaria que você conhecesse Graceland". Larry King: Muito apropriado. |
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Linda Thompson: Muito apropriado. Ele era muito cavalheiro. No dia seguinte Jeannie e eu fomos e... Larry King: Oh, você a levou? Linda Thompson: Sim, levei. Eu disse a ele que gostaria de levar minha amiga junta comigo. Ele disse: "Certamente, ela é mais que bem-vinda". Larry King: E então o que aconteceu naquele dia? Linda Thompson: Quando chegamos que entramos ele estava sentado na Jungle Room. Que ficou conhecida como Sala da Selva, que era a sala de TV. Havia uma grande cachoeira nesta sala. E ele estava esperando por mim lá. E conheci seu pai. Nesse dia eu conheci um monte de homens que trabalhavam para ele, Red west, Sonny West, Joe Esposito e mais um monte de caras. Acabamos andando juntos no carrinho de golfe. Ele tinha carrinhos de golfe na propriedade, quando você andava nesses carrinhos de golfe era uma viagem emocionante. Larry King: Ele foi agressivo nessas viagens? Linda Thompson: De jeito nenhum. Ele era muito respeitoso... Larry King: Ele já tinha te beijado? Linda Thompson: Ele me beijou na primeira noite. Larry King: No cinema. Linda Thompson: No cinema, sim. Foi divertido. Ele foi muito muito cavalheiro, um sulista. Ele era um ser humano muito dicotômico, muito paradoxal. Por um lado ele tinha uma imagem irreverente. Mas ele era muito piedoso em outro nível e muito puritano... Larry King: Muitos sulistas são, não são? Linda Thompson: Muitos sulistas são. Larry King: Tudo bem. Então, a partir do segundo dia, como isso ganhou vento? Você teve que ir ao concurso de Miss EUA? Linda Thompson: Já tinha ido. E Jeannie era minha colega de quarto, então ela se mudou para Memphis. Eu não queria voltar para a escola e faltava pouco para me formar na Universidade de Memphis. Então decidi que não voltaria para obter meu diploma. E estávamos pensando no que íamos fazer, talvez nos mudar para Nova York, ser modelo. Tive um contato com uma agência naquela época. Eu estava trabalhando como modelo localmente, pensamos em talvez ir para Nova York. Mas então Elvis apareceu e me surpreendeu. Larry King: O que aconteceu nos dias seguintes? Linda Thompson: Bem, curiosamente, eu desapareci por duas semanas. Saí de férias com minha tia e meu tio para Golf Shores, Alabama. Larry King: Você disse isso a Elvis? Linda Thompson: Eu disse a ele que iria. E assim, literalmente, desapareci por duas semanas depois de tê-lo conhecido naquelas duas noites em Memphis. Quando saí de Graceland eu disse pra ele: "Vou sair de férias, quando voltar espero vê-lo novamente. Voltei duas semanas depois e já estava anciosa por estar fora. Larry King: Você pensava muito nele? Linda Thompson: O tempo todo. Eu escutava as músicas dele e dizia pra tia Betty, você acha que ele vai me ligar ou talvez me esqueça. Larry King: Por que você não tentou ligar para ele? Linda Thompson: Acho que eu não tinha o número. Quer dizer, eu nunca teria pedido o número dele. Mas ele tinha meu número. |
Larry King: As garotas do sul não fazem isso? Linda Thompson: Teve um dia em que entrei na casa da minha tia Betty, e ele estava ligando. Na verdade, era Joe Esposito. Ele disse: "Eu memorizei seu número. Procuramos por você em todos os lugares. Onde você esteve? Elvis quer você aqui amanhã". Eu tinha acabado de chegar e ra noite. Larry King: Ele precisava de um cara ligando para dizer isso? Linda Thompson: Joe Esposito ligou e disse isso mas depois falou que Elvis queria falar comigo, e passou o telefone pra ele.
Larry King: Então ele pegou o telefone? |
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Linda Thompson: Oh, sim. E ele disse: "Tenho procurado por você e estou querendo muito te ver. Eu quero que você esteja aqui amanhã. Eu estou indo para Las Vegas". Isso foi em agosto. Eu disse pra ele, bem, não sei se consigo me recompor a tempo. Acabei de voltar das férias. Ele disse que bastava levar uma escova ou não. Larry King: Ele convidou você para ir a Vegas com ele? Linda Thompson: Sim. Larry King: Então você sabia que estava prestes a começar um relacionamento se entrasse no avião? Linda Thompson: Certamente. Sim, certamente parecia assim. Larry King: Quer dizer que você foi. Vocês ficaram em quartos separados em Vegas? Linda Thompson: Não Larry. Na verdade não. Larry King: Você sabia que algo iria acontecer? Linda Thompson: Achei que algo estava errado. Mas, ele ainda era um cavalheiro. Larry King: Vamos chegar lá. Como era o avião do Elvis? Linda Thompson: Bem, eu voava comercialmente naquela época. Ele estava em Los Angeles. Então, ele me levou para Los Angeles, e pegamos um jato Lear para Las Vegas naquela noite. Larry King: E foi para a abertura dele? Linda Thompson: Fui para a estreia dele. Ele estava lá para o ensaio, então eu estive lá por duas semanas de ensaio e depois para a abertura. Ele me mandou para uma loja chamada Suzy Cream Cheese e fizeram todos aqueles vestidos escandalosos. Eu tinha minhas roupas de faculdade e minhas roupas íntimas. Larry King: Isso pode ser difícil de lidar, mas como foi a primeira noite com Elvis? Romanticamente? Linda Thompson: Bem, foi muito longa... |
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Larry King: Quer dizer que você era uma jovem fã, que estava apaixonada por ele, obviamente, ou certamente algo estava acontecendo, certo? Paixão pode ser uma palavra forte. Você não poderia estar apaixonada, você não o conhece muito bem, certo, ou estava apaixonada mesmo? Ele obviamente estava interessado em você. Ele estava sempre em contato com você, certo. E depois, como foi? Linda Thompson: Quando cheguei em Las Vegas pela primeira vez ele disse: Aqui está nosso quarto, e eu disse que preferia ter meu próprio quarto. E ele disse, querida, você pode confiar em mim. Podemos estar aqui juntos. Podemos nos conhecer muito bem, então não se preocupe com a intimidade. |
Larry King: E você concordou? Linda Thompson: Sim. Porque ele era um homem de palavra. Larry King: Ele não procurou ter nenhuma intimidade? Linda Thompson: Não. Passaram-se meses antes de nos tornarmos íntimos. Larry King: O quê? Então, como vocês dormiram naquela noite? Linda Thompson: Juntos, mas carinhosamente sem intimidades. Ele era um homem de palavra. Demorou alguns meses antes de nós... Larry King: Você não se perguntou o por quê? Linda Thompson: Não, de forma alguma. Eu simplesmente sabia que dependia de mim. E eu queria estabelecer seus sentimentos por mim porque isso era importante para mim. Mantive minha virgindade até então. E foi importante para mim... Larry King: Então você ainda era virgem? Linda Thompson: Sim. Era importante para mim. Larry King: Onde isso aconteceu? Linda Thompson: Larry, você está ficando terrivelmente pessoal. Larry King: Foi em Vegas? Não, não vou querer saber como foi. Linda Thompson: Numa suíte presidencial no Las Vegas Hilton. Larry King: Você foi assistir aos shows dele todas as noites? Linda Thompson: Todas as noites, sim. Todas as noite. Larry King: Não havia muitas pessoas, paparazzi, se perguntando quem você era? Linda Thompson: Ele dedicou canções para mim e... Larry King: Então ele veio a público com isso? Linda Thompson: Sim, imediatamente. Larry King: Como foi ser namorada de Elvis Presley? Linda Thompson: Era como estar com o Príncipe Encantado em muitos níveis, porque ele era como o Papai Noel todos os dias. Ele era extremamente generoso de espírito. Larry King: Já ouvi isso. Linda Thompson: E também de riqueza material. Ele... Larry King: Ele era um grande doador, certo? |
Linda Thompson: Um grande doador. Ele sentia muito mais prazer em dar do que em receber. Sua vida foi vivida muito biblicamente. Ele realmente seguiu a Bíblia e também estava em uma busca espiritual para descobrir como outras pessoas de outras religiões viviam suas vidas. Ele costumava usar uma estrela de David e um crucifixo ao redor do pescoço. E quando as pessoas diziam se ele estava confuso, ele dizia, não, de forma alguma. Só não quero perder o paraíso por uma questão técnica. Ele abraçava todas as religiões e foi extraordinariamente generoso. Então, de certa forma, era como viver com um santo e estar com o Príncipe Encantado e o Papai Noel todos os dias. |
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Larry King: Como lhe disse durante o intervalo, nunca conheci Elvis, mas conhecia o Coronel Parker. Nunca conheci ninguém do ramo que o conhecesse e que não gostasse dele. Linda Thompson: Há um monte de gente para dizer coisas depreciativas sobre ele e nem o conheciam, eles sabem apenas um pouquinho sobre ele. Eles falam sobre Elvis e fazem soar como se o conhecessem muito bem. Mas as pessoas que realmente o conheceram e conheceram seu espírito e seu coração nunca terão nada de ruim a dizer porque ele era bem intencionado. Larry King: Vocês moraram juntos? Linda Thompson: Vivemos juntos por quatro anos e meio. Larry King: Agora, você é uma boa garota sulista. Linda Thompson: Sim. Larry King: Foi é seu primeiro relacionamento, seu primeiro relacionamento sexual, seu primeiro caso, você estava apaixonada. Por que vocês não se casaram? Linda Thompson: Conversamos sobre casamento. Conversamos sobre ter filhos também. No momento em que reconheci que isso era algo que eu não queria fazer, mas ele estava preparado. Eu estava preparada no começo. Larry King: No início então você queria se casar mas ele não queria? Linda Thompson: Acho que por ele estar se divorciando. Ele estava separado há sete meses quando o conheci. Larry King: Você viu a filha dele? Linda Thompson: Oh, sim. Eu conheci Lisa logo no início. Ela tinha quatro anos. Ela era uma menina maravilhosa. Ela era muito acolhedora e um pouco tímida, mas sempre adorei crianças e nos dávamos muito bem. A primeira vez que a vi foi na casa Monovale e eu estava perto da piscina. Ela meio que timidamente se aproximou e disse oi. Começamos a conversar e nos tornamos muito próximos. Adorei estar com ela. Elvis tinha um verdadeiro espírito infantil e eu também. Gosto de fazer coisas infantis e às vezes descer ao nível de uma criança. Ela e eu nos tornamos muito próximos. Larry King: Ainda são amigas? Linda Thompson: Ainda somos amigas, e ela... Larry King: Você conheceu Priscilla também? Linda Thompson: Conheci Priscilla e nos vimos algumas vezes. Priscilla realmente não estava em cena tanto quanto as pessoas poderiam supor. Larry King: Mas Lisa Marie estava? Linda Thompson: Lisa Marie estava sim. Elvis sempre enviava seus guarda-costas para buscá-la. Larry King: Ele era um bom pai? Linda Thompson: Ótimo pai. Ele adorava sua filha. |
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Larry King: Você queria se casar? Linda Thompson: No começo. Larry King: Então, quando ele quis se casar, por que você não quis? Linda Thompson: Porque percebi que não queria viver minha vida como uma vampira. Ficávamos acordados a noite toda, e dormíamos o dia todo. Eu não queria ter filhos onde teriam que comprometer seus horários e a maneira como viviam. Larry King: Mas vocês ficavam acordados a noite toda? Linda Thompson: Literalmente acordados a noite toda. Não apenas quando ele estava fazendo shows. Isso era em Graceland. Onde quer que estivéssemos, Palm Springs. Larry King: Por que, o que ele fazia a noite toda? Linda Thompson: Bem, ele viveu sua vida longe dos olhos do público, então, quando todo mundo estava indo para o trabalho e fazendo o que quer que fosse durante o dia, estávamos dormindo. E então acordávamos às 21:00. Depois de alguns anos... Larry King: Tomavam o café da manhã às 21h? Linda Thompson: Tomávamos o café da manhã entre 21h e 22h. Ficávamos acordados a noite toda, alugavam cinemas, assistíamos filmes, fazámos tudo o que podia a noite toda. E na manhã seguinte... Larry King: Ele era leal aos amigos, certo? Linda Thompson: Muito leal, sim. Larry King: Ele estava passando por períodos onde estava acima do peso? Linda Thompson: Sim, ele sempre lutou contra seu peso. Ele adorava comer. Qual sulista não gosta? Estruturamos nossa vida social em torno disso. Larry King: Isso o incomodava quando ficava pesado? Linda Thompson: Isso o incomodou. E as críticas o incomodavam. Ele era uma pessoa muito sensível e extremamente sensível às percepções que outras pessoas tinham dele. E isso feria muito seus sentimentos. Larry King: Você foi inseparável nesses quatro anos? Você diria que não esteve com outros caras, e ele não esteve com outras garotas? Linda Thompson: Com certeza não estive com nenhum outro cara. Larry King: Você acha que ele esteve com outras garotas? Linda Thompson: Eu sabia que ele ficava com outras garotas. Não no primeiro ano em que estivemos juntos, acho que ele quebrou o recorde mundial de fidelidade. Larry King: Como você sabe que ele não ficou com alguém no início de vocês? Linda Thompson: Eu sei que não, porque estivemos juntos no primeiro ano 365 dias, 24 horas por dia. Depois desse tempo, ele não poderia fazer muito sem que fosse de conhecimento público. E certamente eu não era uma idiota. Larry King: Vocês brigavam? Linda Thompson: Discutimos sobre isso algumas vezes. E, novamente, tentei reconciliar em minha mente que ele era Elvis Presley. Eu entendia que ele estava isolado do resto do mundo, e nem tudo tem a ver com sexo. Não se trata apenas de ser fisicamente infiel a mim. Ele queria estar cercado de outras pessoas que pudessem trazer ideias diferentes para sua vida. |
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Larry King: Ele se defendia ou... Linda Thompson: Na maioria das vezes, ele negava. Ele se desculpava e dizia que eu era a única pessoa que ele amava e ninguém se comparava a mim. E todas as vezes percebia o quanto eu significava cada vez mais para ele. Larry King: E você o perdoava? Linda Thompson: Eu sempre o perdoava. Larry King: O primeiro programa de televisão que ele fez foi O Programa de Verão de Tommy Dorsey, o substituto de Jackie Gleason. Gleason disse a ele, você vai ser uma grande estrela. Não se esconda. Vá a restaurantes. Ande pelas ruas. Vá a público, porque se você se esconder, você será um cara muito solitário. Linda Thompson: Uau. Eu nunca soube disso. Larry King: Ele estava certo? Linda Thompson: Eu nunca soube disso. Isso é interessante. Porque ele era. E ele sempre dizia, estou com meu coração intensamente solitário. Larry King: Em Vegas. Ele não saía do quarto, certo? Linda Thompson: Não, nunca saíamos. Quer dizer, o mundo vinha até ele, literalmente. Ele não precisava sair. Larry King: Os Beatles vieram até ele. Linda Thompson: Os Beatles, Barbra Streisand, todo mundo veio até ele. Todos que queriam ter uma audiência com ele vieram até ele. Ele não precisava sair. Larry King: Ele sempre deu tudo ao público, certo? Ele tinha uma performance. Ele nunca jogou shows fora. Linda Thompson: Ele nunca deixava jogar um show fora. Pode ter havido momentos em que ele não deu tudo que tinha porque não estava se sentindo bem, mas com certeza ele colocou seu coração e alma nisso, e ele amava seus fãs de verdade. Larry King: E quanto às drogas? Linda Thompson: Elvis se enganou pensando que não teria problemas com drogas porque tudo que ele tomava era prescrito. Larry King: Quer dizer que ele nunca usou cocaína? Linda Thompson: Nunca. Não. Não quando ele estava comigo. Nada ilegal. Larry King: Então, ele usava o quê? Linda Thompson: Ele nem bebia, Larry. Tudo que ele tomava era por receita. Larry King: Como você conviveu com isso? Linda Thompson: Foi muito difícil, porque eu sou muito... sempre fui antidrogas e nunca fui... |
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Larry King: Então você nunca se viciou em nada disso? Linda Thompson: Você sabe o que é interessante, é que as pessoas dizem que eu poderia ter evitado o uso de drogas. Larry King: Ele alguma vez tentou parar? Linda Thompson: Ele tentou parar algumas vezes. Larry King: Ele alguma vez foi a algum lugar para obter ajuda? Linda Thompson: Sim. Fomos juntos ao Hospital Batista e havia alguns médicos que realmente intervieram e o ajudaram muito, ajudaram-no a retirar algumas das drogas mais viciantes. |
Eu tinha uma cama de hospital bem ao lado dele. Ele esteve no hospital duas vezes quando eu estava com ele. Larry King: Com nomes diferentes? Linda Thompson: Não. Ele usava seu próprio nome. Ele recebeu ligações de Frank Sinatra e do presidente Nixon. Ele pediu que eu pegasse o telefone só para me ouvir dizer: "Este é mesmo o presidente Nixon? Este é realmente Frank Sinatra? Então, quando ligamos para o presidente Nixon de volta à Casa Branca e eu disse, Elvis Presley está ligando, eles disseram, "Como saberemos que é realmente Elvis Presley?" Tivemos alguns momentos interessantes. Mas ele insistiu que eu tivesse uma cama de hospital bem ao lado dele. Larry King: Quantos carros ele tinha? Linda Thompson: Quem poderia contar. Larry King: Ele dirigia muito? Linda Thompson: Ele amava Cadillacs e Lincoln... Ele gostava muito de dirigir. Larry King: Tarde da noite, certo? Linda Thompson: Sim. Ele dirigia tarde da noite. Uma vez tentamos ir a um Pier One Imports, eu me lembro. Ele disse, vamos dirigir até o Pier One Imports pela Elvis Presley Boulevard. Não conseguimos nem sair da metade do estacionamento pois as pessoas estavam nos perseguindo. |
Larry King: Qual foi a sua grandeza? Linda Thompson: Ele revolucionou a música. Ele era um jovem da pobreza que cresceu em Tupelo, Mississippi e Memphis, Tennessee, era um amálgama de muitos estilos diferentes de música, do black gospel até caipira. Larry King: Muitas pessoas, quando o ouviram, pensaram que ele era negro. Linda Thompson: Verdade, e com um nome como Elvis, eles disseram, deve ser um cara negro. E... Larry King: Ele também tinha muito respeito pelos artistas negros e, na verdade, pela música 'In The Ghetto... Linda Thompson: Sim, ele cresceu com os negros. Na verdade, em Tupelo, Mississippi, ele era um garoto pobre. |
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Larry King: O Coronel me disse que doou dinheiro para Martin Luther King. Linda Thompson: Ele era um grande fã de Martin Luther King. Costumávamos ouvir seus discos sem parar. A cadência e o tom melífluo da voz de Martin Luther King eram muito inspiradores. Larry King: Essas são coisas geralmente desconhecidas. Elvis era como um defensor dos direitos civis no coração. Linda Thompson: Sim. Absolutamente. Larry King: Sua grandeza musicalmente foi inesplicável. Os Beatles o admiravam muito. Linda Thompson: Porque ele era um inovador. Ele... mudou não só a música, mas a moda também, um impulso de toda a indústria musical. Larry King: Ele está no Country Hall of Fame e no Rock Hall of Fame. Linda Thompson: Com certeza. E R&B. Ele amava R&B. Ele tinha grupos gospel como o Harmonizing Four e... Larry King: Ele era um bom guitarrista? Linda Thompson: Ele era um bom guitarrista. Não um grande guitarrista, mas um bom guitarrista. Ele era um grande músico natural. Ele tocava violão, ele tocava piano. Costumávamos ficar sentados em Graceland, nós dois, e ele tocava piano. |
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Larry King: Ele era um bom artista? Linda Thompson: O melhor. Eu vi muitos artistas durante os anos que estive com ele. Ele foi o melhor artista que já vi no palco. Larry King: Melhor do que Sammy Davis? Linda Thompson: Melhor do que Sammy Davis. E eu amo Sammy Davis. Larry King: E Frank Sinatra? Linda Thompson: E Frank Sinatra também. Quando Elvis aparecia no palco, ficava elétrico. E a forma como as pessoas respondiam a ele era tal que eu nunca vi esse tipo de reação em relação a qualquer outro artista. Larry King: Ccomo foi para você que esteve lá 33 noites seguidas? Larry King: Você escrevia para ele? Linda Thompson: Eu escrevia poesias para ele o tempo todo. Na minha ignorância, eu nunca permitiria que ele deixasse alguém colocar a música e gravar, porque minha aspiração na época não era ser uma compositora. Talvez fosse para publicar um livro de poesia um dia, junto com as fotos que eu havia tirado. Eu era muito ingênuo e ignorante sobre publicação, royalties e resíduos. Ele provavelmente me amou por isso. Você se lembra do poema 'Ode To A Robin' de Elvis que ele contou em sua casa em Old Hickory em Memphis em 1974? A RCA tentou comprar isso de mim e eu disse não. Meus filhos estavam me perguntando sobre isso outro dia e eu estava procurando a fita. Tenho em uma pequena fita cassete em algum lugar. Quando acordei esta manhã, quando todas as coisas doces nasceram, Um tordo pousou no parapeito da minha janela para saudar a manhã que se aproxima... Ele cantou sua música tão docemente, e parou por um momento de calmaria. Eu gentilmente levantei a janela e esmaguei seu crânio 'bipando' (risos). Esse era seu poema favorito. O poema 'Ode To A Robin' foi lançado no CD Crazy: The Funny Side Of Elvis Presley. Você pode ouvi-la em nosso site de EP Music na página Elvis The Man And His Music 1973-1974. Larry King: Ele era bem humorado? Linda Thompson: Ótimo senso de humor. Ria até com as unhas dos pés. Larry King: E a lealdade com a Máfia? Linda Thompson: Ele era leal a todos que amava. Antes, você me perguntou sobre ele ser infiel a mim. Ironicamente, e estranhamente, nunca achei que ele fosse infiel a mim emocionalmente. Senti que ele me amava profundamente e nunca foi infiel a esse amor. Ele pode ter sido fisicamente infiel algumas vezes, mas eu sempre, sempre me senti amada por ele. Ele era um ser humano muito fiel e leal. E digo mais, ele entraria numa guerra com você se fosse seu amigo. |
Larry King: E aquele monte de gente ao redor dele, ele precisava daquilo? Linda Thompson: Sim. Ele precisava deles e eles precisavam dele. E eles foram leais a ele por muitos, muitos anos. Eles amavam Elvis. Todos tinham uma grande camaradagem e um tipo de excentricidade infantil, acontecia o tempo todo quando eles estavam juntos. Eles costumavam detonar fogos de artifício. Larry King: Eles eram amigos de infância? |
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Linda Thompson: Alguns deles eram. Red West, ele era amigo de infância. Red o defendeu em uma briga perto do banheiro, onde alguns caras, alguns valentões entraram e iam cortar o cabelo de Elvis e espancá-lo. E Red o defendeu. Larry King: Como eles chegaram tão perto dele? Linda Thompson: Isso foi no início. Na época que ainda estava no colégio. Antes dele ser Elvis Presley. Larry King: Ele quase atirou em você uma vez? |
Linda Thompson: Bem, acidentes acontecem. Ele era um aficionado por armas e tinha uma coleção de armas sempre ao seu redor. Nós estávamos no Las Vegas Hilton e ele estava deitado no sofá e havia um objeto que eles usavam como alvo para promover seus shows. Ele simplesmente decidiu que tentaria acertar o alvo, e ele era um bom atirador, então ele atirou nesse objeto. Mas ele esqueceu que o espaço que eu me vestia ficava logo atrás do alvo. Eu estava saindo do chuveiro e de repente ouço ping, ping, ping, crash. Eu vi que a porta do meu camarim estava quebrada. Aí veio um dos cara que trabalhava para ele e disse: Linda, você está bem? Eu disse que sim. Eu perguntei o que tinha sido aquilo? Ele disse que Elvis estava praticando um pouco de tiro ao alvo, eu olhei para o suporte de papel higiênico e havia um buraco no metal. Então eu coloquei o robe e saí e disse, o que você está fazendo? Ele estava pálido. Parecia horrorizado. Ele disse, querida, sinto muito. Eu disse que estava tudo bem. Perguntei o que ele estava fazendo? Você não pode simplesmente atirar dentro de casa. Mas ele fazia isso com frequência. Ele atirou em vários aparelhos de televisão. Uma infantilidade. Mas era parte de seu charme. Larry King: Ele se preocupava se um disco não vendesse? Linda Thompson: Ele se preocupava muito com seus fãs, como eles o viam, o que ele estava dando a eles, se ele estava dando o melhor que podia por eles. Ele era a música. Ele viveu para a música. Larry King: Ele olhava os jornais? Linda Thompson: Raramente. Ele não lia nenhuma das críticas pra ele. Larry King: Mesmo que fosse um elogio? Linda Thompson: Mesmo que fosse um elogio. Ele não queria ver, ele disse: "Eu não quero ler a boa imprensa se não vou ficar presunçoso e muito seguro, e não quero ler a má imprensa, porque vai ferir meus sentimentos e me deixar com raiva". |
Larry King: Ele era autocrítico? Linda Thompson: Era sim. Larry King: Em outras palavras, ele diria que não gostou da maneira como trabalhou aquela noite. Linda Thompson: Sim. Ele era muito autocrítico. E autodepreciativo em seu humor também. Larry King: Sério isso? Ele zombou de sua própria fama? Linda Thompson: Não, absolutamente. Ele gostava de rosnar o lábio e dizer, o que é isso? As vezes ele puxava o pijama até o peito como um velhinho, escurecia os dentes e entrava no quarto dizendo, pronta para dormir? Ele era engraçado. Ele tinha um bom senso de humor. |
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Larry King: Linda, antes de falarmos sobre a separação, você quer contar alguma história sobre sua generosidade. Linda Thompson: Sim. Eu acho que às vezes as pessoas esquecem como ele era gentil, há muito a ser dito sobre Elvis, mas ele tinha uma gentileza que nunca foi igualada por ninguém que eu tenha conecido. Ele amava os animais. Ele amava crianças. Ele amava as pessoas. Nós entramos em uma loja de animais uma vez. A loja já estava fechando. Então nós entramos. Era uma loja pequena de animais em Memphis, e havia 15 filhotes lá. Ele comprou todos os cachorrinhos da loja e nós ficamos com alguns. Tinha um pug, um pequeno lulu da pomerânia e um maltês, e um poodle que demos aos meus pais. Nós estávamos no carro. Foi uma sensação incrível. Tínhamos um pequeno exército. Foi como '101 Dalmatas', mas foram 15 cachorros que Elvis comprou. Larry King: Ele era bom para seus pais? Linda Thompson: Muito bom para meus pais. Larry King: Por que você se separou? Linda Thompson: Bem, depois de quatro anos e meio de ioiô indo e vindo de outras mulheres, acordada a noite toda, dormindo o dia todo, o uso de drogas... Acabei de percebendo que eu provavelmente nunca seria capaz de ajudá-lo do jeito que queria ajudá-lo. Na época não havia Betty Ford Center. Não havia lugar para ele ir, e ele continuou caindo no dilema dos medicamentos prescritos. Larry King: Então o que você fez? como você lidou com isto? Linda Thompson: Na verdade, ele me ajudou. Porque eu estava em San Francisco com ele e ele disse, querida, você gostaria de voar de volta para Memphis? Trouxe o Jet Star para te levar de volta. Deduzi que o avião não veio só para mim, eu percebi que ele trouxe outra garota de Memphis, e essa era a maneira dele dizer, tem outra garota aqui, você quer voltar para Memphis por alguns dias. Ele estava jogando no Cow Palace. E eu disse que sim, tudo bem. Voltarei para Memphis, mas tenho certeza de que você trouxe outra pessoa para ficar. Oh, não, querida, eu nunca faria isso. A última vez que o vi vivo, ele me olhou nos olhos e disse: Quero que você saiba de uma coisa, querida, antes de partir. Não importa o que você ouça, não importa o que todo mundo diga a você, eu só quero que você saiba que eu te amo. Eu não amo mais ninguém. Não há outra garota aqui, você é quem eu amo. |
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Larry King: Você achou que havia uma garota lá? Linda Thompson: Eu sabia que havia. Ela estava no andar de baixo, esperando. Larry King: Essa foi a última vez que você o viu? Linda Thompson: Essa foi a última vez que o vi vivo. Mas falamos depois disso. Larry King: Ele alguma vez tentou reconciliar-se com você? Linda Thompson: Não. Eu escrevi uma carta para ele. Era final de novembro e escrevi uma carta a ele pouco antes do Natal. Larry King: O que você disse? Linda Thompson: Que eu conheci a dor da ternura. Que ele sempre seria o amor da minha vida, mas que eu nunca mais iria amar tão plena e completamente novamente. Larry King: Ele morreria no verão seguinte. Linda Thompson: Ele morreu em agosto. Ele morreu oito meses depois que nos separamos. Larry King: Onde você estava quando ele morreu? Linda Thompson: Eu estava em Los Angeles no meu apartamento. Larry King: Como você ficou sabendo? Linda Thompson: Meu telefone tocou e era Lisa Marie, que tinha apenas nove anos na época, e ela costumava me ligar de vez em quando porque éramos muito próximas. Como eu disse, eu a amava muito naquela época. E também a amo muito hoje. E ela disse, Linda, é Lisa. Eu disse, eu sei que é você. Mas ela tinha um tom desesperado em sua voz, e achei que ela estava brincando. Achei que ela só estava sem fôlego. Ela disse, meu pai está morto. Meu pai está morto. Eu joguei o telefone para o alto. Eu disse, não, não, ele não... Olhei para o telefone no chão e pensei, este anjinho de 9 anos teve a presença de espírito para me ligar estando muito longe. Tenho que atender este telefone. Tenho que dizer algo a ela que vai ajudá-la. Então peguei o telefone e disse: "Querida, você tem certeza que ele não está apenas indo para o hospital e não está apenas tendo um um problema respiratório?" Não não. Eles me disseram, ele está morto. Então, comecei a tentar dizer coisas a ela para confortá-la. Como seu papai a amava tanto. Você sempre terá esse amor, e isso não morre. Meu irmão pegou o telefone da Lisa e disse: Linda, você tem que voltar para casa. Meu irmão era guarda-costas. Meu irmão Sam Thompson foi guarda-costas de Elvis por alguns anos. Larry King: Você foi ao funeral? Linda Thompson: Larry, eu senti, estranhamente eu senti, todas as luzes do meu apartamento se apagaram. O meu apartamento era o único do meu prédio que não tinha energia. Acendi velas por todo o apartamento para poder fazer as malas, me preparar para voltar para Memphis. Eu saí e perguntei se todos tinham ficado sem energia? Não, apenas seu apartamento, o que achei um pouco estranho. Meus amigos vinham para me consolar e disseram, você está acendendo velas para Elvis. E eu disse, bem, na verdade, não, estou tentando fazer as malas. |
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Larry King: Como foi o funeral para você? Linda Thompson: Surreal. Foi muito difícil para mim. Larry King: Priscilla estava lá? Linda Thompson: Priscilla estava lá, e sua última namorada também Ginger Aldren estava lá, seus familiares, e é claro que Lisa e minha família estavam lá. O coronel Parker veio. Minha mãe foi ao funeral. Estávamos no terceiro carro atrás do carro funerário. Nós ficamos lá o dia todo enquanto o corpo não era depultado. Ficamos lá a noite toda. Minha família era muito próxima da família dele. Minha mãe o viu sendo enterrado, sendo colocado no mausoléu. Duas semanas depois, minha mãe disse, muitas pessoas pensam que Elvis ainda está vivo. Só estou dizendo que ele poderia ter ido para as Bahamas. Era assim que as pessoas queriam desesperadamente acreditar que ele ainda estava vivo. E depois de todos esses anos, eles ainda querem acreditar nisso. Larry King: Ele tinha 42 anos. Você deve ter ficado chocada, mesmo sabendo sobre as drogas e tudo mais. Linda Thompson: Fiquei chocada, sim. Você nunca está pronto para isso. Larry King: Você salvou a vida dele uma vez? Linda Thompson: Muitas vezes. Larry King: Levando-o para o hospital? Linda Thompson: Muitas vezes. Não era uma ocorrência surpresa, porque eu tive que conciliar isso em minha mente quando saí. Provavelmente ninguém vai ser estúpido o suficiente para cuidar dele tão abnegadamente como eu fiz por tantos anos e o mantive vivo às minhas próprias custas. Larry King: No entanto, chegamos a uma conclusão, Linda. Você o amava. Linda Thompson: Eu o amei. Larry King: Você costuma pensar nele? Linda Thompson: Ele teve um tremendo impacto em minha vida, minha percepção de vida, minha percepção do amor, casamento e família deveriam ter acontecido. Então, sim, às vezes penso nele até em termos subliminares. Ele influencia minha música e letras, assim como todas as pessoas que eu amei em minha vida, desde minha mãe e meu pai até outras pessoas que eu amei. Larry King: Obrigado, Linda. Linda Thompson: Obrigada, Larry. |